Terceira idade no mercado de trabalho
As transformações que ocorrem nas sociedades modernas interferem no mercado de trabalho, como a utilização crescente das inovações tecnológicas, as quais foram incorporadas ao cotidiano das empresas. É visível que as novas tendências influenciam nas relações de trabalho, logo, a inclusão é um tema que vem sendo abordado nos últimos tempos. Nesse sentido, cada vez mais as pessoas da terceira idade buscam novas oportunidades no mercado de trabalho, seja para criar vínculos, se sentir útil, contribuir com a renda familiar e outros motivos.
Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o número de pessoas com mais de 65 anos vem aumentando no país e, no futuro próximo, estas pessoas se tornarão maioria. Entre 2012 e 2018, por exemplo, apurou-se que o país teve um aumento de 26% no número de idosos, os quais chegaram a representar 10,5% da população em 2018. Contudo, os idosos enfrentam diversos desafios para a sua contratação, havendo um grande índice de desemprego, seja pela falta de qualificação ou mesmo pela discriminação etária (proibida conforme o caput do artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT).
A primeira hipótese seria decorrente de eventual resistência dos envelhescentes face aos avanços tecnológicos ou a exigência de determinadas habilidades na área. Porém, as empresas deveriam ofertar cursos de informática ou profissionalizantes a eles, agregando benefícios ao seu negócio. Além disso, nem todos possuem dificuldades com o uso da tecnologia, havendo uma diversidade de aptidões e experiências. A segunda hipótese seria a visão negativa da sociedade brasileira relacionada à velhice, quando na verdade os idosos deveriam ser inseridos, visto que no futuro serão a maior parte da força de trabalho do Brasil.
Há diversas vantagens em contratar profissionais na terceira idade, desde a experiência profissional somada a experiência de vida até a facilidade de disponibilidade de horário. O primeiro ponto seria a bagagem profissional de pessoas mais idosas, a qual poderia ser aproveitada nas diversas situações vivenciadas no ambiente de trabalho, bem como agregar valor em projetos e no atendimento ao cliente.
Mencionamos que o Grupo Pão de Açúcar já aderiu à essa nova tendência e contratou mais de 3,4 mil profissionais com mais de 55 anos de idade para trabalharem em seus estabelecimentos em todo o Brasil. Tal incentivo é voltado para a maior diversificação de seus funcionários e, dessa forma, garantir um atendimento mais inclusivo e participativo. Sendo assim, cada vez mais deve ser estimulada essa contratação, estando em conformidade com o artigo 26 do Estatuto do Idoso, no qual “o idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas”.
Concluindo, precisamos superar os preconceitos em torno da contratação de pessoas na terceira idade, através do fornecimento de treinamento para acolher e garantir um ambiente inclusivo e respeitoso. Logo, nada impede que o idoso inicie uma carreira diferente após ter o benefício da aposentadoria concedido. Desse modo, é possível retornar ao mercado de trabalho, mesmo ficando um tempo afastado, usufruindo da aposentadoria e criando novas experiências.
Quer saber mais sobre este tema? Nossa equipe está à disposição para discutir e esclarecer eventuais dúvidas.
Marina Vannuzini Pandolfi